Moody’s: o que é e como funciona a agência de rating

Moody’s é uma das mais famosas e influentes agências de classificação de risco. Entenda como funciona na prática.

A Moody’s é uma das mais famosas e influentes agências de classificação de risco do mundo, ao lado da Standard & Poor’s e da Fitch Ratings.

Também conhecidas como agências de rating, elas têm a missão de avaliar e classificar produtos financeiros de países, governos ou empresas, de acordo com o grau de risco dessas instituições.

Em busca de investimento estrangeiro, os países tendem a direcionar seus esforços para receberem ratings que garantam mais confiança ao mercado internacional.

Neste artigo, você vai entender como a Moody’s funciona na prática e qual a sua avaliação atual para o governo brasileiro.

O que é a Moody’s

A Moody’s é uma agência internacional de avaliação de risco de crédito, que analisa o grau de risco de diversos investimentos. O principal foco é entender, avaliar e classificar o nível de risco que envolve os títulos públicos de diferentes países ao redor do planeta.

Além da Moody’s, há outras duas agências internacionais famosas nesse segmento: a Standard & Poor’s e a Fitch Ratings.

A história da agência começou no ano de 1900, nos Estados Unidos, quando foi publicado um documento com informações e estatísticas sobre o mercado financeiro norte-americano.

Com o passar dos anos, a agência e o mercado financeiro foram amadurecendo, até assumirem suas condições atuais, em que a Moody’s funciona como uma fonte de informações para os agentes financeiros.

O que faz a Moody’s e as agências de risco

O papel da Moody’s e das outras agências de risco é descobrir, por meio de uma análise ampla e detalhada, a partir de critérios informados ao público, o grau de risco associado a países, governos e empresas, principalmente bancos.

Por meio da análise do histórico de financiamento, do nível de endividamento, da saúde financeira das suas contas e de centenas de outros parâmetros, as agências de risco classificam essas instituições analisadas de acordo com o grau de risco.

O grau de risco pode ser entendido como a probabilidade de essa instituição honrar com os seus compromissos e títulos emitidos. Ou seja, estamos falando do risco de crédito dos investimentos. 

Quanto mais saudável financeiramente e menos endividado for um país, maiores as chances de as agências de classificação de risco avaliarem de forma positiva os títulos a ele relacionados.

Cada agência de avaliação de risco possui índices e critérios próprios para fazer essa avaliação. No caso da Moody’s, a classificação respeita os seguintes níveis, do menor para o maior risco:

  • Aaa: menor grau de risco
  • Aa (Aa1, Aa2, Aa3): risco de crédito muito baixo
  • A (A1, A2, A3): baixo risco de crédito
  • Baa1, Baa2, Baa3: risco de crédito moderado (limite para receber o “grau de investimento”)
  • Ba1, Ba2, Ba3: qualidade de crédito questionável
  • B1, B2, B3: alto risco de crédito
  • Caa1, Caa2, Caa3: risco de crédito muito alto
  • Ca: normalmente inadimplente
  • C: mais baixa classe de títulos, com altíssimo risco de inadimplência e moratória.

Importância da Moody’s para o mercado financeiro

A Moody’s, assim como as outras agências de avaliação de risco, é essencial para o bom funcionamento do mercado financeiro, porque elas dão informações sólidas e confiáveis para os agentes financeiros tomarem suas decisões de investimento.

Há milhares de fundos de investimento internacionais, por exemplo, que acompanham e respeitam as classificações da Moody’s para decidir sobre seus investimentos. Em muitos casos, isso está associado ao próprio estatuto do fundo, e não há como fugir.

Fundos mais conservadores, por exemplo, podem ter como critério no estatuto investir apenas em títulos públicos associados a países com “grau de investimento” conferido pela Moody’s. 

De acordo com a classificação da Moody’s, Baa3 é a última nota que garante esse grau de investimento. Abaixo disso, a agência considera que são investimentos de caráter especulativo, o que impede o investimento por esses fundos, de acordo com o próprio estatuto.

Para países e bancos, portanto, quanto maior a classificação e o grau de investimento, melhor, porque isso significa que eles poderão receber mais recursos internacionais.

Avaliação da Moody’s para o Brasil

Em maio de 2020, a Moody’s manteve a nota do Brasil em Ba2. Isso significa que o país está dois degraus abaixo do chamado grau de investimento, sem o selo de bom pagador.

O Brasil perdeu o seu grau de investimento entre 2015 e 2016, em meio ao vertiginoso aumento da dívida e do gasto público, sem que as receitas acompanhassem. À época, com o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, Michel Temer assumiu o governo e encaminhou uma série de reformas ao Congresso, com o objetivo de resgatar a austeridade fiscal e a responsabilidade do país com os gastos públicos. 

Em 2019, a reforma da previdência aprovada pelo Congresso foi definida como “passo essencial” pela Moody’s. A medida foi elogiada para preservar a sustentabilidade fiscal do Brasil e, consequentemente, aumentar a probabilidade de que o país consiga honrar com seus compromissos.

Mesmo assim, isso não foi suficiente para a agência devolver o grau de investimento ao país, o que só deve ocorrer em alguns anos, depois que outras reformas administrativas forem realizadas para conter o gasto público e equilibrar a dívida.

Os relatórios da Moody’s são restritos aos assinantes da plataforma, mas você pode tentar consultar os dados referentes ao Brasil no site oficial da agência. De uma forma geral, no entanto, é possível acompanhar as classificações da Moody’s pela imprensa, que dá ampla divulgação aos relatórios e costuma repercuti-lo com as principais lideranças políticas do país.

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