Dólar paralelo: o que é e como funciona essa operação

Operações com dólar paralelo ocorrem no chamado mercado negro, sem autorização do Banco Central. Saiba como funcionam e por que são ilegais

Dólar paralelo

O dólar paralelo pode ser uma verdadeira cilada para quem compra e para quem vê na operação uma chance de investimento e lucro. E a razão para isso é bastante óbvia: estamos falando sobre uma transação irregular, que acontece no que se conhece como mercado negro.

Mas o que é o dólar paralelo, realmente? E por que há pessoas que operam com ele? Todas as suas dúvidas serão respondidas a partir de agora.

O que é dólar paralelo?

Para explicar o que é dólar paralelo, precisamos voltar um pouco na história. O mercado financeiro é cheio de regras, algumas delas bastante rígidas, mas necessárias para o bom funcionamento das operações.

No início dos anos 1990, o cenário na economia nacional era de incertezas, pois o governo do presidente Fernando Collor havia confiscado os valores aplicados na caderneta de poupança. A fim de burlar essa restrição e permitir a compra de dólar sem a necessária comprovação, surgiu no país o mercado paralelo da moeda norte-americana. Era uma forma de os brasileiros manterem seu capital, sem correr o risco de novos confiscos.

Nas negociações de dólar paralelo, as compras e vendas ocorrem de forma paralela às negociações oficiais e, por não serem são autorizadas pelo Banco Central, são consideradas ilícitas. As operações são realizadas por doleiros, o que configura um verdadeiro “mercado negro” dessa moeda. Muitos desses doleiros também trabalham sem autorização do Bacen, o que amplia a possibilidade de ilegalidades.

Qual é a cotação do dólar paralelo?

Como o dólar paralelo não pode ser fiscalizado pelo Banco Central, sua cotação varia de doleiro para doleiro. Por ser uma operação sem controle e regras, a cotação é mais baixa do que a do dólar comercial. Em resumo, é uma cotação livre, que depende muito de como a moeda está sendo negociada nesse mercado. Muitas vezes, como a cotação é bem inferior, aumenta em muito a atração dos interessados em adquirir a moeda por vias ilegais.

Por que não investir em dólar paralelo?

Ao investir em dólar paralelo, você corre sérios riscos. O principal deles é ser enquadrado na Lei 7.492/1986, a lei de crimes contra o Sistema Financeiro Nacional. No seu artigo 22, ela prevê que quem efetuar operação de câmbio não autorizada, com o fim de promover evasão de divisas do país, está sujeito à reclusão de dois a seis anos, além do pagamento de multa.

Além disso, quem negociar dólar paralelo também pode ser punido por lavagem de dinheiro (pena de três a 10 anos) e sonegação fiscal (pena de seis meses a dois anos). Ou seja: o valor que supostamente você economizará na compra da moeda norte-americana mais barata poderá lhe causar uma série de complicações futuras.

Sem falar no fato de que, adquirindo dólar paralelo, você estará, mesmo que indiretamente, financiando diversos crimes, como lavagem de dinheiro, comércio ilegal e tráfico. Por isso, a melhor forma é utilizar as vias legais para a compra de dólar.

Outros tipos de dólar

O Banco Central reconhece, oficialmente, dois tipos de dólar: o dólar comercial e o dólar turismo. O dólar comercial é aquele que serve de taxa de referência para várias operações, como contratos de importação e exportação. Também é usado para efetuar transferências ao exterior. Ainda, é pelo valor do dólar comercial que o governo verifica se a moeda norte-americana se valorizou ou se desvalorizou muito durante determinado período, para, então, realizar intervenções no mercado cambial.

O dólar turismo é aquele que é comprado com a finalidade de viajar ao exterior. É aquela moeda que você poderá levar em espécie (ou nos cartões pré-pagos) para fora do país, legalmente. Seu custo normalmente é formado pelo valor do dólar comercial, acrescido de custos administrativos, de logística e de seguro. Por isso, sua cotação é maior do que a do dólar comercial.

Como investir em dólar da forma certa

Investir em dólar carrega um risco muito alto, pois a moeda norte-americana sofre influência de diversos fatores e oscila bastante. Para se ter uma ideia, em 2018, o dólar se valorizou quase 17% em relação ao real. Um ano antes, ele tinha subido cerca de 2% e, em 2016, a moeda estadunidense teve uma desvalorização em torno de 18%. Dessa forma, podemos afirmar que o dólar é um ativo muito complexo, que exige mais experiência do investidor.

Se você pretende investir em dólar, alguns detalhes precisam ser levados em conta. Em primeiro lugar, uma forma de comprar dólar mais barato é adquirir a moeda por meio de uma corretora, que tem um spread mais baixo do que a casa de câmbio. Com isso, você já consegue ter uma economia, mesmo que pequena.

Uma maneira de investir em dólar é comprá-lo quando você tem que honrar um compromisso nessa moeda no futuro. Assim, você fica menos exposto ao risco caso a moeda tenha uma variação intensa. Ou, então, se você pretende realizar uma viagem ou um curso no exterior. Você vai comprando a moeda em pequenas quantidades até possuir o valor para ser utilizado no momento adequado.

Há ainda a opção de investir em ações de empresas que se valorizam com a alta da moeda norte-americana. Normalmente, são companhias que têm um percentual muito alto de exportação de seus produtos, recebendo o dólar como pagamento. No caso de essa empresa ter seus custos em real, ela pode se valorizar ainda mais, o que se reflete no valor das ações.

Também há a possibilidade de aplicação em fundos cambiais que direcionam 100% dos seus recursos para o exterior. Só não vale apostar no dólar paralelo, como vimos ao longo do artigo.

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