Entenda o que era o padrão ouro e por que ele foi abandonado
Descubra o que foi o padrão ouro, por que essa era se encerrou e como as moedas são lastreadas atualmente no mundo todo.
09/12/2019
Investimentos

Quer saber o que era o padrão ouro e como funcionava esse sistema monetário?
Esse é um bom ponto de partida para entender a economia atual, inclusive a dinâmica de lastreamento da moeda.
O padrão ouro foi o sistema monetário internacional do século 19 até a Primeira Guerra Mundial.
Ele tinha a quantidade de ouro como referência para a definição do valor da moeda de cada país.
E aí, ficou curioso para saber mais?
Então, continue com a leitura para compreender o funcionamento do padrão ouro, por que ele acabou, o que foi o tratado de Bretton Woods e como o dinheiro é lastreado hoje em dia.
O que era o padrão ouro
Também conhecido como um estalão-ouro, o padrão ouro foi um sistema monetário que regeu a economia mundial do século 19 à Primeira Guerra Mundial, antes da formação da globalização.
Essa é considerada a primeira fase do padrão ouro.
Esse sistema ganhou estabilidade na década de 1870, sendo utilizado principalmente pela Inglaterra.
O padrão ouro tinha como embasamento a teoria quantitativa da moeda, elaborada por David Hume em 1752 e que recebeu o nome de modelo de fluxo de moedas metálicas.
A teoria tinha foco nas relações entre moeda e níveis de preço, considerando os fenômenos de inflação e deflação.
No padrão ouro, era obrigatório que cada país mantivesse uma parte de seus ativos em forma de ouro, criando reservas financeiras.
O regime cambial era fixo.
Isso significa que o valor da moeda de cada país era fixado conforme a quantidade de ouro que ele detinha.
Em outras palavras, a moeda era lastreada a partir dos estoques de ouro.
Nesse modelo monetário, as transações financeiras entre países eram feitas em forma de ouro — ou em uma moeda que pudesse ser convertida no material.
Conforme explica Jeffry A. Frieden, no livro Capitalismo global (Zahar, 2008), o padrão ouro era central para a integração da economia internacional.
“Gerava uma previsibilidade e uma estabilidade que facilitavam muito o comércio, os investimentos, as finanças, a migração e as viagens internacionais”, aponta o autor.
Por que o padrão ouro acabou
O padrão ouro acabou devido ao cenário econômico propiciado pelo surgimento da Primeira Guerra Mundial, em 1914.
Nessa época, as potências econômicas tiveram alta demanda para emitir dinheiro a fim de custear o conflito.
De acordo com o mestre em desenvolvimento econômico Pedro Lopes Marinho, em um artigo sobre o sistema monetário internacional, devido à guerra, os governos financiavam os gastos militares a partir da emissão de moedas.
O autor também pontua que os preços foram aumentados devido à redução da força de trabalho e da capacidade produtiva.
Com o fim da guerra, as reservas de metal praticamente se esgotaram.
Padrão ouro e Bretton Woods
A segunda fase do padrão ouro era um sistema baseado no acordo de Bretton Woods.
Em julho de 1944, o tratado de Bretton Woods configurou uma nova ordem monetária e econômica internacional.
Essa série de disposições foi acertada entre 45 países, em um acordo entre representantes na cidade de Bretton Woods, nos Estados Unidos, com o objetivo de definir novos parâmetros da economia após a Segunda Guerra Mundial.
Uma das medidas foi a definição do dólar americano como a moeda padrão para as negociações internacionais, tornando-se em um valor de referência para os outros países.
No entanto, o sistema Bretton Woods foi extinto em agosto de 1971 pelo então presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon.
Sendo assim, a paridade dólar-ouro teve seu fim, criando um sistema flutuante para a economia.
Depois do padrão ouro: como a moeda é lastreada?
Atualmente, a moeda é lastreada com base na confiança.
O lastro é uma garantia implícita para um ativo principal.
Por exemplo: um pedaço de papel não tem valor por si só. Então, como as notas de dinheiro têm valor?
Em Sapiens: uma breve história da humanidade (L&PM, 2015), Yuval Noah Harari afirma que o dinheiro não é uma realidade material, e sim uma construção psicológica e, portanto, um sistema de confiança mútua. “As pessoas estão dispostas a fazer essas coisas quando confiam no produto da imaginação coletiva. A confiança é a matéria-prima com que todos os tipos de dinheiro são cunhados”, afirma o historiador.
E, conforme explicam António Carlos dos Santos, Cidália Maria da Mota Lopes, no livro Fisicalidade: outros olhares (Vida Econômica Editorial, 2013), as partes confiam na satisfação de um conjunto de expectativas.
“Em síntese, confiamos que a moeda nos permitirá satisfazer as expectativas clássicas da moeda: manter o valor da prestação que demos em troca e servir de intermediação em nova troca por uma determinada quantidade equivalente”, dizem os autores.
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