Slippage: o que é e como evitar?

O Slippage é um acontecimento inesperado que faz com que uma ordem seja executada por um preço pior do que o pedido. Entenda por que ela acontece!

O slippage ocorre quando o investidor faz a ordem de compra e, por algum motivo, essa compra é executada com um preço pior do que havia sido requisitada. O resultado dessa escorregada pode ser muito sério, mas apesar disso ele pode ser previsto.

Através deste artigo você irá compreender o que é o slippage, como ele funciona, porque ele ocorre e ainda vamos te dar dicas de como evitar que ele aconteça! Não perca tempo e confira agora os próximos parágrafos. 

Slippage – o que é e como funciona?

Slippage é uma expressão em inglês, que na tradução para o português seria algo como “uma escorregada”. Esse termo é muito utilizado no mercado financeiro por investidores que operam na Bolsa de Valores.

De forma simples, o termo serve para designar que uma ordem de compra (ou de venda) não ocorreu exatamente como o comprador (ou vendedor) queria. Nesse caso, a compra acaba saindo mais cara do que o pretendido. Vale dizer que ela não acontece apenas com ações, mas com qualquer outro tipo de ativo negociado na bolsa de valores.

Por exemplo, o investidor quer comprar uma ação que está sendo vendida a R$ 43,00. Entretanto, entre o momento em que ele fez a solicitação de compra e a sua efetivação, o preço da ação pode ter subido para R$ 43,25. Nesse caso, o sistema faz a compra no valor maior.

Em outros casos pode acontecer o contrário. O valor da ação pode ter diminuído e na hora que a compra foi efetuada o comprador pagou R$ 42,80.

É importante deixar claro que o slippage não é um movimento do mercado financeiro. O termo é usado apenas para informar que o spread (lucro da operação) foi diferente do que o esperado. Ele pode ser tanto positivo quanto negativo, dependendo de quem sai ganhando com a situação.

Como funciona um livro de ofertas da Bolsa?

Para conseguir entender como funciona o livro (ou book) de ofertas da bolsa, siga o raciocínio a seguir. Antigamente, quando a bolsa ainda operava todas as transações de compra e venda de ações, as intenções dos investidores eram registradas em um livro. 

Em seguida, ela era passada para uma espécie de lousa pintada na parede, tornando-a pública. Dessa forma, todos os operadores poderiam ver quais as transações possíveis. Por isso, o livro de oferta da bolsa também é conhecido “colocar a ordem na pedra”.

Atualmente, no entanto, em que o pregão é eletrônico, todo esse processo é feito automaticamente. Portanto, basta os compradores colocarem a sua intenção de compra, com preço e ativo, no sistema, ao mesmo tempo em que os vendedores também colocam as suas intenções de venda, também com preço e ativo.

Ainda, os livros de ofertas devem ser acessados por ativos. Será então mostrado um quadro com quatro colunas. Nas duas primeiras colunas (à esquerda) estão indicadas as ordens de compra, e nas outras duas colunas (à direita) as ordens de venda. Para as duas ordens há a informação do número de ações a serem negociadas no lote e o valor para cada uma delas. 

As ordens de compra são organizadas do maior preço para o menor. Já as ordens de venda estão listadas em ordem crescente de valor. Caso haja valores iguais elas estarão dispostas por ordem cronológica, da mais antiga para a mais recente.

Assim, quando o sistema reconhece que há uma ordem de compra e uma de venda com os mesmos valores, ele executa a ordem. Tudo é feito de forma automática, sem que o operador precise se preocupar.

Por que o slippage é uma possibilidade?

Existem diversos motivos que podem resultar em um slippage, são eles:

  • Volatilidade do mercado financeiro, com oscilações constantes do valor dos ativos;
  • Negociação de grande volume de papéis em uma única transação – o operador dificilmente conseguirá vender o lote inteiro de uma só vez, e terá que operar no fracionado. Este é o chamado risco de liquidez;
  • Operações com day trader, em que a frequência elevada de operações faz com que o investidor não espere executar as ordens de compra ou vendo no preço que ele gostaria.

Exemplo de operação que sofre slippage

Vamos supor que uma empresa ABC lança as suas ações com os preços de compra de R$ 53,50 no livro de ofertas da bolsa de valores. Um investidor então faz a ordem de compra de 100 ações a R$ 53,50.

Nos microssegundos em que a ordem de compra é preenchida, há uma mudança no valor das ações que passa a ser de R$ 53,54. Então o sistema já preenche automaticamente com o novo valor de R$ 53,54, ou seja, R$ 0,04 a mais do que o previsto. Portanto, R$ 4,00 a mais no lote de 100 ações.

3 maneiras de evitar um slippage?

Os slippages fazem parte do mercado financeiro, não tem como fugir deles completamente. Mas, com alguns cuidados, dá sim para evitá-los. Veja quais são a seguir.

 

1. Operar ativos de grande liquidez

O efeito do slippage é um dos motivos pelos quais investidores recomendam que as operações de trading, que são mais especulativas, sejam realizadas com ativos de maior liquidez.

 

2. Operar com volumes pequenos de dinheiro

Outra recomendação é que você evite operar com grandes lotes ou mesmo grande volume de dinheiro. As chances de você não conseguir obter o preço que pretende ao negociar as ações é grande, já que é mais difícil vender um lote grande de uma só vez.

 

3. Operar com baixa frequência

Quanto maior é o número de operações, maior será a chance de ocorrer um slippage. Por isso, muitos day traders acabam perdendo muito dinheiro, já que nas simulações o retorno é positivo, mas não tem como calcular a ocorrência dos slippages.

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