Entenda o significado de lastro e como ele interfere nos investimentos
Saiba de que forma o lastro representa a garantia de valor e suas possibilidades de aplicação na economia e em moedas.
11/02/2020
Investimentos
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Para entender o que é o lastro, primeiramente, é preciso compreender o seu papel como garantia de valor. O exemplo mais clássico para representar essa relação é o do papel-moeda.
Na verdade, esse é o que pode ser chamado de conceito histórico de lastro: o de um valor em depósito em ouro que tem a função de servir como garantia ao dinheiro, como a emissão de novas notas.
No entanto, para se obter um panorama econômico mais amplo, é fundamental
entender o lastro em sua forma mais aprofundada, para compreender o que significa lastrear um título.
Dessa maneira, será possível observar as interferências desse conceito na economia e entender o lastro de moedas como é o caso do Dólar e, mais recentemente, de criptomoedas como o Bitcoin.
O que significa lastrear um título?
A aplicação prática do conceito de lastro, em um contexto econômico, é, de forma simplificada, um atestado de valor daquele ativo.
Se buscarmos o significado da palavra em um ambiente não econômico, veremos que lastro, no jargão náutico, é todo tipo de material pesado que é utilizado no fundo de uma embarcação para conferir-lhe equilíbrio.
Na economia, o lastro tem uma ação que “conversa” com essa definição literal. Ele opera como uma garantia subentendida que se refere a um ativo principal. Como isso funciona? Tendo como exemplo a moeda. Pelo fato de ela ter um lastro, significa que ela passa a ser inquestionável do ponto de vista do seu valor e aceitação.
>>> Leia também: Política Monetária: o controle da oferta de dinheiro na economia.
O lastro e as moedas ao redor do mundo
No sistema monetário ao redor do planeta, a figura do lastro aparece como busca de garantia contra a inadimplência.
Essa relação de equilíbrio e representatividade dos valores se dá, historicamente, com base em algum metal precioso. Mas também acontece de ser lastreado em títulos, bens — como é o caso do petróleo — e outras formas mais flutuantes.
Para conhecer mais detalhes das possibilidades de lastro, vamos entender exemplos em destaque, que seriam os padrões utilizados no Dólar e na criptomoeda, Bitcoin.
Como funciona o lastro do Dólar
No passado o lastro da moeda norte-americana era feito no padrão-ouro, o que mudou nos anos 1970, no governo de Richard Nixon, que determinou que esse vínculo fosse alterado e, assim, possibilitou o surgimento do câmbio flutuante.
E é interessante notar que parcela considerável da população daquele país, de acordo com pesquisa recente, ainda acredite que esse é o vínculo de garantia adotado para a moeda.
No entanto, é importante ressaltar que o vínculo do dólar americano não está no metal precioso, mas em uma relação de confiança estabelecida pelo Federal Reserve (FED), o Banco Central dos Estados Unidos.
Assim, desde a mudança, ela assumiu uma característica bastante utilizada na economia moderna que é a da Moeda Fiduciária. Os países que possuem moeda fiduciária, utilizam um título que não possui lastro atrelado a algo físico (como era o ouro, no passado, por exemplo).
Essas nações vinculam sua moeda a um banco central. Ele é a autoridade que determina a moeda e sua obrigatoriedade de uso naquela nação. Além do dinheiro, o papel-moeda, essa relação entre o órgão emissor e a moeda fiduciária valida, por exemplo, a aceitação de valores de cheques, saldos bancários, títulos etc.
Afinal, o Bitcoin tem lastro?
Para muitos uma dúvida e, para outros, uma informação que surge como tom de ameaça, que busca desanimar o investimento em criptomoedas. Afinal, o Bitcoin tem lastro?
A verdade é que o Bitcoin não possui lastro. Mas, acalme-se, isso não significa uma grave ameaça à segurança no investimento nas criptomoedas.
Para contextualizarmos: o Bitcoin não possui lastro por ser uma criptomoeda descentralizada, por natureza. Sendo assim, está em seu DNA a independência de ações de governo que moldem seus valores e equilíbrios.
O lastro “convencional” existe para garantir a escassez da oferta da moeda comum. A estrutura que determina o código de programação da Blockchain, a tecnologia que registra o número de moedas virtuais transacionadas, já prevê essa relação de escassez.
A oferta do Bitcoin é pré-determinada pelo seu próprio algoritmo: 21 milhões de unidades.
Lastro no mercado financeiro
Já no mercado financeiro, a presença do lastro também aparece, sob a mesma função de garantia em determinadas operações.
É o caso de empréstimos e investimentos lastreados em títulos públicos, títulos privados, imóveis (LCI) e produtos do agronegócio (LCA).
Como vimos o lastro tem um papel importante na economia mundial e no mercado financeiro. É ele quem garante o valor de cada moeda. Mesmo as moedas digitais têm de ser baseadas em alguma forma de segurança, como a criptomoeda que é baseada em seu algorítimo.
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