O uso do Título de Renda Fixa DPGE para financeiras de pequeno e médio porte

Para o investidor que não quer correr riscos nas aplicações, títulos de renda fixa são os mais atrativos.

A segurança oferecida pelos títulos de renda fixa é decorrente do Fundo Garantidor de Créditos (FGC).

O FGC auxilia investidores a recuperar uma parte do que foi aplicado em caso de liquidação ou falência da empresa em que se investiu. Ainda que seja muito procurado, o FGC não pode ser utilizado para aplicações acima de R$ 250 mil. 

Isso significa que não é possível ter garantias acima desse valor? A resposta é não. Existe uma possibilidade: os títulos de renda fixa DPGE.

Descubra aqui como esse investimento funciona e as vantagens que pode oferecer.

DPGE: o que é?

É a sigla para Depósito a Prazo com Garantia Especial. Emitido por instituições financeiras de pequeno e médio porte autorizadas, é um título de renda fixa privado.

Ele funciona como uma base de arrecadação de fundos onde o investidor recebe um percentual de juros sobre o capital investido, enquanto a instituição capta os recursos necessários para crescer.

É um título relativamente novo, criado por meio de uma resolução do BACEN (Banco Central) em 2009. No entanto, tem grande potencial de crescimento e rentabilidade para investidores, sendo atrativo por sua garantia ampliada.

O título funciona de maneira semelhante a outros de renda fixa, mas possui um aporte elevado, geralmente superior a R$ 250 mil. 

Assim, é uma aplicação destinada a grandes investidores com perfil mais conservador. É ideal, também, para quem tem grande capital para investimento e não tem urgência no resgate do valor.

Características do título

Existem alguns pontos que definem esse título de renda fixa, caracterizando o investimento. A primeira característica é a abertura de quatro possibilidades de remuneração desse título:

  • Porcentagem do CDI;
  • CDI + spread;
  • Índice de preços (IPCA, IGP-M e outros);
  • Taxa Prefixada.

Além disso, mantém a utilização de garantias pelo FGC para títulos de até R$20 milhões, com cobertura que considera o principal e juros e, para títulos com valor superior a esse limite, por meio do CPF ou CNPJ, pela instituição ou por meio de conglomerado financeiro.

Outra característica é o fato de ser um produto que apresenta o nome do cliente (CPF ou CNPJ) no registro CETIP. Oferece, também, IOF para resgate antes de 30 dias e cobrança de Imposto de Renda por meio de tabela regressiva.

Conheça o prazo e rendimento do DPGE

Entender prazos é essencial no momento de escolher um investimento. Para o título de renda fica DPGE, o prazo mínimo de base, de acordo com a legislação, é de 6 meses. Isso não significa que esse será o mínimo para todos que adquirem o título.

O prazo pode variar e, atualmente, é possível fechar contratos com prazo mínimo de 3 anos. O importante é saber que o prazo mínimo é definido em negociação no momento da aquisição e que, uma vez inserido no contrato, o capital não pode ser resgatado antes.

A instituição que emite o título, além de determinar o prazo mínimo, também é responsável por definir o rendimento oferecido. Em geral, ele varia de 100 a 125% do CDI e pode ser de três tipos: pré-fixado, pós-fixado e híbrido.

Para rentabilidade pré-fixada, o rendimento acompanha a taxa Selic e o título oferece maior retorno quando a aplicação é iniciada em momentos de queda. Nesse modelo de rentabilidade o percentual de rentabilidade é o mesmo em todos os períodos desde a aquisição do título até seu vencimento.

Já o rendimento no modelo pós-fixado acompanha indexadores como o CDI, IPCA e IGPM. À medida que esses indicadores oscilam no mercado o rendimento se torna maior ou menor.

A rentabilidade híbrida, por sua vez, tem como característica manter o retorno para o investidor sempre superior à inflação, utilizando uma taxa de juros fixa, como na pré-fixada, somada dos indexadores utilizados na pós-fixada.

Liquidez e tributações

A liquidez pode ser um problema para quem escolhe esse investimento, já que ela não existe. Este é um título que possui vencimento determinado no momento da compra e o resgate antecipado não é permitido. Isso é feito para que as instituições financeiras que o emitem possam garantir que os financiamentos sejam de curto e médio prazo, com mínimo de 6 meses para o vencimento.

Sobre a tributação, o que se estabelece é o mesmo tipo de impostos que incidem sobre outros títulos de renda fixa. O Imposto de Renda não é isento e o recolhimento é regressivo sobre a rentabilidade. Com isso, quanto mais tempo de aplicação, menor a alíquota. Observando mais detalhadamente a relação entre tributação e prazo, vemos que para prazos de 181 a 720 dias, a tributação é de 17,50% na rentabilidade, acima de 720 dias a alíquota cai para 15% da rentabilidade.

Vantagens e desvantagens do DPGE

Existem algumas vantagens e desvantagens associadas à aquisição deste título para investidores mais conservadores, mas com alto capital disponível para aplicação. Entre as vantagens é importante mencionar as duas principais:

  • Segurança e garantia, seja por meio do FGC ou da cobertura por CPF/CNPJ;
  • Alta rentabilidade em comparação com outros títulos de renda fixa.

Ainda que sejam apenas duas as mencionadas, elas são elementos que fazem uma grande diferença no momento de tomar uma decisão de investimento.

Já sobre as desvantagens é essencial mencionar que, como vimos, não apresenta liquidez, além de exigirem um valor mínimo de capital inicial para aplicação muito elevado. Outro ponto que é importante, é que as garantias oferecidas podem representar um risco.

A segurança que esse investimento oferece e suas garantias são reais. No entanto, existe sempre um risco, o da falência da instituição emissora do título. 

As garantias fazem com que o valor aplicado possa ser resgatado, mas o tempo que levará para que isso ocorra é incerto em caso de falência da instituição.

Vale a pena investir?

A opinião geral é de que esse é o melhor investimento possível entre as opções de título de renda fixa. 

Claro, é a melhor alternativa se você tem um perfil conservador e capital acima de R$ 1 milhão para investimento.

Se você é um investidor que gosta de correr mais riscos em busca de maior rentabilidade ou não tem todo esse capital disponível é necessário buscar outros investimentos.

Nesse caso, que tal se informar um pouco mais sobre outros investimentos além do DPGE, com os conteúdos da Capital Research? Temos certeza de que com a orientação e informações completas e corretas, você vai encontrar a melhor opção para alcançar seus objetivos como investidor.

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