O que é desemprego friccional e como ocorre na prática

O desemprego friccional ocorre em um curto período e é natural na economia. Descubra as causas desse fenômeno.

desemprego friccional

Você sabe o que é desemprego friccional e o que ele representa para a economia? Esse é um fenômeno que ocorre de forma recorrente no mercado.

Em poucas palavras, ele se caracteriza como um desemprego temporário, que ocorre em curto prazo. Mas quais são as principais causas e sinais desse desemprego friccional e quais são os outros tipos de desemprego que interferem na economia?

Ter uma compreensão abrangente do assunto é importante para entender os movimentos do mercado de trabalho e da macroeconomia. Por isso, siga com a leitura deste guia e entenda o conceito de desemprego friccional.

O que é desemprego friccional

Desemprego friccional consiste em um desemprego temporário, que ocorre durante um espaço de tempo curto.

Ele acontece em diferentes ocasiões, como:

  • Quando uma pessoa está desempregada em virtude de uma transição de carreira
  • Quando está em busca de uma vaga melhor
  • Quando foi demitida
  • Quando está procurando emprego pela primeira vez.

Esse tipo de desemprego é considerado normal na economia e ocorre continuamente. Afinal, é natural que os profissionais fiquem um tempo sem emprego em ocasiões de curto prazo.

De maneira geral, isso não representa um perigo alarmante para os índices econômicos de uma região.

“A existência do desemprego friccional não sugere que haja um problema estrutural fundamental na economia, como um desequilíbrio entre o número de trabalhadores procurando emprego e o número de vagas disponíveis”, explica George Borjas, no livro Economia do Trabalho (AMGH Editora, 2009).

Além disso, segundo o autor, esse tipo de desemprego é produtivo, uma vez que as atividades de busca de profissionais e empresas melhoram a alocação de recursos.

5 causas do desemprego friccional

Nas próximas linhas, conheça as principais situações que indicam a ocorrência do desemprego friccional.

1. Formação de profissionais novos

O ingresso de profissionais recém-formados no mercado é um sinal de possível desemprego friccional, já que eles ficam sem emprego até encontrarem a primeira vaga.

O índice desse tipo de desemprego aumenta sobretudo no início e na metade do ano — época em que as formaturas em universidades ocorrem.

Nesse caso, o desemprego friccional ocorre somente até que os profissionais sejam contratados por empresas.

2. Transição de carreira

Profissionais em transição de carreira também passam pelo desemprego friccional. Isso ocorre quando eles não têm uma vaga conquistada antes de deixar o emprego atual.

3. Mudanças temporárias

Em um artigo para o site Investopedia, a editora de finanças pessoais Julia Kagan menciona que o desemprego friccional ocorre em situações como mudança do profissional para outra cidade.

Trata-se de uma mudança temporária, e o desemprego só dura até ele achar uma nova vaga. “Muitas vezes, há um intervalo no tempo entre o momento em que os trabalhadores deixam o emprego e encontram um novo”, afirma a autora.

4. Busca por vagas melhores

Outro sinal de desemprego friccional é a busca por vagas melhores por parte dos profissionais. De acordo com Kagan, é o caso de profissionais que deixam o emprego atual para buscar melhores salários e de profissionais que voltam à escola para aprender habilidades importantes para aumentar a renda.

5. Demissão

Por fim, a demissão também é responsável pelo desemprego friccional. Nesse caso, o profissional fica desempregado somente até ser contratado por outra empresa.

Desemprego friccional x outros tipos de desemprego

Você já sabe que o desemprego friccional tem carácter temporário e é um movimento natural na economia. Depois de entender o conceito, é hora de conhecer outros tipos de desemprego. Confira abaixo:

Desemprego estrutural

O desemprego estrutural é aquele que tem caráter definitivo. Geralmente, ele é ocasionado devido a mudanças nos hábitos de consumo ou a mudanças tecnológicas, que acabam extinguindo determinados postos de trabalho.

De acordo com Borjas, no livro Economia do Trabalho, o desemprego estrutural é o que causa maior preocupação.

O autor afirma que esse tipo também pode ocorrer se as pessoas estiverem buscando trabalho, mas não se encaixam nas vagas disponíveis no mercado.

Desemprego sazonal

O desemprego sazonal, conforme o próprio nome indica, é ocasionado pelas sazonalidades do mercado.

Imagine, por exemplo, o varejo no período do Natal. É natural que as lojas contratem vendedores temporários para dar conta da demanda no atendimento.

Mas, quando o Natal termina, esses vendedores são demitidos. “O período de desemprego sazonal normalmente é muito previsível. Como resultado, o desemprego sazonal, assim como o friccional, não faz parte do problema de desemprego”, explica Borjas.

Desemprego conjuntural

Também chamado de desemprego cíclico, o desemprego conjuntural é aquele que surge em momentos de recessão da economia. Ele ocorre, então, quando o crescimento econômico de um país é reduzido.

Nesse cenário, as empresas deixam de contratar novos profissionais e, muitas vezes, reduzem o quadro de funcionários para cortar gastos em meio à crise.

E aí, ficou claro o conceito de desemprego friccional? Curta este artigo se ele foi útil para você e assine a newsletter da Capital Research para ficar por dentro dos principais conceitos da economia e dos investimentos.

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