Como a curva de Phillips ajuda a correlacionar inflação e desemprego?
A curva de Phillips é um conceito da macroeconomia utilizado para entender a relação entre a inflação e o desemprego.
18/03/2020
Investimentos
Calcular como o desemprego afeta a inflação e vice-versa é um desafio comum aos economistas. A curva de Phillips é uma das principais teorias para calcular a relação entre inflação e desemprego.
Se está tentando aprender como a inflação funciona para decidir se é uma boa ideia investir em títulos que a usam como indexador – como o Tesouro Direto IPCA –, saber sobre a curva de Phillips é essencial.
Desenvolvida há cerca de 60 anos pelo neozelandês William Phillips, foi uma das primeiras a correlacionar esses indicadores econômicos e sociais. Ao longo do artigo, vamos mostrar o que ela é e como funciona.
Além disso, você vai saber como o conceito surgiu e o que é a curva de Phillips aceleracionista, considerada uma atualização do modelo original. Por fim, entenderá como a teoria explica a correlação da inflação e o desemprego.
Por isso, aprenda mais sobre a curva de Phillips nos próximos parágrafos!
Curva de Phillips: o que é e como funciona?
A curva de Phillips pode ser resumida em uma frase: a inflação e o desemprego relacionam-se de maneira inversa.
Ou seja, quando um aumenta, o outro consequentemente irá diminuir. E vice-versa.
Como mencionamos, a teoria foi desenvolvida pelo economista neozelandês William Phillips na década de 1960. A eficiência da curva de Phillips foi comprovada em situações de expansão ou recessão da economia.
Quando há mais empregos, os preços costumam subir. Ou seja, a queda do desemprego resulta em aumento na inflação. O inverso também acontece, de acordo com o economista.
Ao estudar períodos maiores do que esses momentos de expansão ou recessão, a curva costuma ser uma linha vertical, de maneira mais gradual.
Como surgiu a curva de Phillips?
O conceito da curva de Phillips surgiu na metade final do século anterior, em uma economia que se recuperava do pós-guerra e estava em crescimento constante ou em recessões pontuais.
Ou seja, era um cenário no qual expansões e recessões aconteciam com frequência, principalmente nos países asiáticos, que se tornaram centros de produção mundial. A época também foi marcada por crescimento no comércio internacional.
Isso tornou mais complexo o cálculo da inflação e do desemprego. Agora, a inflação precisava ser calculada em escala global, não apenas local. O mesmo quando consideramos a taxa de emprego em cada país.
Até a política monetária de cada país poderia afetar tanto a inflação quanto o desemprego.
Essas novas questões do comércio internacional tornaram possível a aparição da estagflação durante a década de 1970, que tornou a curva de Phillips obsoleta.
A estagflação se caracteriza pelo aumento na inflação consoante ao desemprego. Ou seja, tanto a inflação quanto o desemprego aumentaram, contrariando a ideia de que esses dois indicadores se relacionam de maneira inversa.
Ainda assim, vale considerar que a curva de Phillips continua um importante conceito na macroeconomia e ainda é válido quando analisamos períodos curtos de expansão ou recessão da economia.
Curva de Phillips aceleracionista: o que é?
Após o último período de estagflação mundial que vivemos na crise de 2008, uma espécie de atualização da curva de Phillips foi teorizada: a curva aceleracionista.
O que essa curva significa e como ela se diferencia da teoria original?
A inclusão das novas variáveis que a globalização e o comércio internacional trouxeram.
Já não era mais possível correlacionar apenas a inflação e o desemprego interno. Então, na curva de Phillips aceleracionista foram incluídas as expectativas do mercado.
Dessa maneira, é possível ter uma curva na qual inflação e desemprego andem juntos, auxiliando economistas governamentais de cada país a desenharem metas de inflação mais realistas. Essa é a curva de Phillips aceleracionista.
Como a curva de Phillips correlaciona inflação e desemprego?
Como vimos ao longo do artigo, a teoria foi a primeira a facilitar o estabelecimento de metas de inflação ao relacioná-la com os níveis de desemprego em um país.
Porém, com maior globalização e comércio internacional, novas variáveis tornaram o cálculo da inflação mais complexo. Isso possibilitou a aparição da estagflação, que tornou a curva de Phillips obsoleta.
Por outro lado, entender a teoria econômica é uma das melhores maneiras para compreender como a inflação funciona. Vale mencionar que a teoria ainda pode ser usada para estudar períodos de curto prazo, embora já não seja tão útil para prazos maiores.
Com a crise global de 2008, uma versão atualizada da teoria passou a acompanhar o mercado e considerar as expectativas no âmbito internacional ao fazer a correlação da inflação e do desemprego.
Já havia estudado esse conceito da macroeconomia antes? Qual outra teoria você acredita ser indicada para o estudo das metas de inflação em um país? Continue acompanhando o blog da Capital Research para investir sem medo e com inteligência!
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