TBF: tudo sobre a Taxa Básica Financeira

TBF, ou Taxa Básica Financeira, é um indexador econômico que aparece em diferentes aplicações financeiras. Veja como calcular e aplicar.

A Taxa Básica Financeira (TBF) é uma das mais importantes da economia brasileira, embora desconhecida por boa parte da população. Sua influência se dá sobre diversos tipos de investimentos e aplicações financeiras, impactando na rentabilidade alcançada.

A TBF é calculada pelo Banco Central do Brasil (Bacen), que leva em conta outras taxas médias praticadas pelos principais bancos do país. Inclusive, é da Taxa Básica Financeira que surge outro importante indexador econômico: a chamada Taxa Referencial (TR), que serve de base para contratos e para a correção de investimentos.

Neste artigo, você vai conferir um guia com todos os detalhes sobre a TBF e entender como ela impacta as suas movimentações financeiras. Acompanhe!

O que é TBF, a Taxa Básica Financeira?

As instituições financeiras, como os bancos, realizam transações monetárias o tempo todo.  Mas, como você deve imaginar, essa troca de dinheiro entre elas não acontece sem custos. Assim, as tomadas e cessões de empréstimos diárias são feitas utilizando diferentes taxas de juros, o que pode gerar disparidade nos valores.

A fim de unificá-los, então, o Banco Central calcula a Taxa Básica Financeira (TBF). Isso significa dizer que o Bacen estabelece o preço médio para fazer o dinheiro circular no mercado entre tomadores e credores. Todo dia, uma nova TBF é calculada com base no último período. Sobre ela, a Taxa Referencial (TR) é descoberta e utilizada em diferentes aplicações financeiras.

No Brasil, a Taxa Básica Financeira foi desenvolvida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 1995. Ao contrário de indexadores ligados à inflação, que influenciam nos valores de produtos e serviços consumidos pela população em geral, a TBF afeta diretamente a remuneração de investimentos e operações financeiras.

Aplicações da TBF

Ao acompanhar o noticiário econômico, você se depara com diferentes nomenclaturas de índices. Selic, IPCA, IGP-M estão entre aqueles que aparecem com frequência, o que os torna mais populares que a TBF.

Na verdade, o uso da Taxa Básica Financeira se dá de forma mais discreta, mas não menos importante. Afinal, seu valor dá origem à TR, que é a base da indexação de diversos investimentos. Assim, é correto dizer que a TR é uma taxa diretamente atrelada à TBF.

O rendimento da caderneta de poupança, por exemplo, é feito através da Taxa Referencial.

E como essa é a aplicação mais popular entre os brasileiros, está justificada também a importância da Taxa Básica Financeira. Mas não é só isso. Outros contratos e investimentos mais rentáveis que a poupança tomam a TR como indexador. Veja alguns deles:

  • Títulos de capitalização
  • Títulos públicos
  • Remuneração do Fundo Garantidor de Tempo de Serviço – FGTS
  • Financiamentos imobiliários.

Assim, descobrir qual é a Taxa Básica Financeira do período orienta quanto ao rendimento de diversos investimentos.

Cálculo da Taxa Básica Financeira

Como já explicado, o Banco Central utiliza dados de outras taxas para chegar à TBF.  Dessa forma, o órgão faz o cálculo através da média ponderada de valores exercidos pelas instituições financeiras em transações diárias.

Para conhecer a fórmula da Taxa Básica Financeira, então, é preciso observar antes o comportamento de CDBs (Certificados de Depósito Bancário) e RDBs (Recibos de Depósito Bancário) prefixados. O Bacen toma como base os valores praticados pelos 30 maiores bancos comerciais do país no período de 30 a 35 dias corridos. Nesse sentido, quando os juros caem no mercado, a TBF diminui.

No movimento contrário, acontece o mesmo: taxas maiores entre os bancos significam TBF mais alta. Considerando que a Taxa Referencial é intimamente ligada à TBF, veja como é feito o cálculo da TR:

  • TR = 100 x {[(1 + TBF)/R] – 1}.

Sendo:

  • TR = Taxa Referencial
  • TBF = Taxa Básica Financeira
  • R = Redutor.

O redutor é calculado da seguinte forma:

  • R = (a + b) x TBF.

Em que:

  • a = 1,005
  • b = depende do resultado da TBF e é divulgado mensalmente pelo Banco Central.

Periodicamente, o BC lança todos esses dados para que você possa acompanhar e tomar boas decisões sobre eles.

Exemplo prático da TBF

Como vimos, a TBF resulta da média ponderada de outras taxas praticadas entre instituições financeiras. Dela, surge a Taxa Referencial, que serve de base para o reajuste de investimentos e diversos contratos financeiros.

A aplicação mais lembrada quando se fala em TR é a poupança. Sua rentabilidade é definida também de acordo com a Taxa Selic. Ou seja, quando a Selic anual é superior a 8,5%, a poupança rende a um valor fixo + TR. Caso esteja abaixo de 8,5%, renderá 70% do valor da Taxa Selic acrescido da TR.

Em 2019, por exemplo, a Taxa Selic está em 5%. Logo, a caderneta renderá conforme a segunda opção. Considerando ainda a atual TR (0%), o rendimento da poupança pode ser assim calculado:

  • Rendimento da Poupança = (70% x Selic) + TR
  • Rendimento da Poupança = (70% x 5%) + 0%
  • Rendimento da Poupança = 3,5%.

Caso uma pessoa mantenha R$ 1.000 por 12 meses na caderneta de poupança, terá um acréscimo de apenas R$ 35 ao fim do período. Ou seja, uma rentabilidade bem pequena, especialmente comparada com a inflação, cuja estimativa é de fechar 2019 em 3,28%.

Como fica claro, a Taxa Básica Financeira tem importante papel na economia, especialmente por dar origem à TR e, assim, ser o indexador de diferentes investimentos. Restou alguma dúvida sobre a TBF? Aproveite para deixar seu comentário.

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