Opções de ações: por onde começar o seu estudo
As opções de ações são um dos mercados com mais oportunidades na Bolsa de Valores. Descubra como começar o seu estudo.
28/04/2020
Investimentos
Um dos mercados com mais oportunidades na Bolsa de Valores são as opções de ações.
Na prática, as opções negociam o direito de comprar ou vender uma determinada ação no futuro. A lógica é fácil de entender: se você acha que uma ação vai se desvalorizar, você pode comprar o direito de vendê-la a um determinado valor no futuro.
Agora, se você acha que uma ação vai se valorizar, você compra o direito de comprá-la no futuro por um preço definido anteriormente.
Por essa razão, as opções de ações são frequentemente utilizadas por quem deseja lucrar mais na especulação e também por quem pretende fazer uma proteção para a carteira, chamada de hedge.
Mas você sabe quais são os riscos que envolvem esse mercado? Neste artigo, você vai entender o básico sobre opções de ações, para iniciar o seu estudo no mercado de derivativos.
O que são opções de ações
As opções de ações são contratos para comprar ou vender uma ação no futuro, em uma data e preço definidos agora.
Portanto, as opções de ações dizem respeito ao mercado de derivativos, porque elas são derivadas das ações.
Existem basicamente dois operadores quando falamos do mercado de opções:
- Quem deseja comprar é chamado de titular
- Quem deseja vender é denominado lançador.
Nesse caso, o titular fica com os direitos, enquanto o lançador fica com as obrigações.
No primeiro momento, o titular (comprador) e o lançador (vendedor) não negociam o ativo propriamente dito, mas o prêmio, que pode ser definido como o valor que será pago pela opção de compra ou de venda.
Na prática, as opções são utilizadas de duas maneiras:
- Para proteger a sua carteira contra grandes oscilações do mercado
- Para lucrar mais com a valorização de um ativo.
Em geral, as opções de compra são negociadas quando você espera que uma determinada ação se valorize, enquanto os contratos de venda são negociados quando a expectativa é uma queda no preço do ativo.
Por isso, as opções servem tanto para proteção da carteira (hedge) como para alavancagem, quando você se expõe a riscos maiores, para ter a possibilidade de obter retornos maiores.
Ao longo do texto, você vai entender na prática como essa especulação e proteção funcionam.
Antes disso, porém, vale a pena comparar as opções com ativos reais, como um imóvel ou um carro, para entender melhor como funciona esse mercado de derivativos.
Imagine, por exemplo, que você esteja interessado em uma apartamento em uma zona residencial de um bairro afastado do centro da sua cidade.
Você ficou sabendo, por um amigo que trabalha na construção civil, que um empreendimento gigante deve sair do papel naquela região no próximo ano.
É um complexo comercial, com shopping center, praça e uma porção de apartamentos.
Você tem certeza que o apartamento que você visitou vai se valorizar – como todos ao redor – quando esse empreendimento estiver pronto, porque ele vai trazer desenvolvimento para uma região ainda carente dessas opções de lazer, entretenimento e comércio.
No entanto, você não possui o dinheiro para comprar o apartamento hoje.
Por isso, você negocia a opção de compra desse apartamento pelo valor atual, na casa de R$ 150 mil. Para comprar o apartamento pelo valor de R$ 150 mil em um ano, você deposita o valor de R$ 10 mil, que pode ser chamado de sinal, ou prêmio.
Passado um ano, o empreendimento se torna público, as obras começam e a região como um todo se valoriza. Aquele apartamento que você tem a opção de compra se valorizou, como todos ao redor, e hoje vale mais de R$ 250 mil.
Mesmo assim, você tem o direito de exercer a compra do apartamento por R$ 150 mil, porque negociou a opção de compra lá atrás.
Deu para entender como funciona o mercado de derivativos na prática?
A seguir, vamos abordar as diferenças entre as opções de compra e venda.
Opção de compra de ação
Chamadas de call, as opções de compra são as mais comuns no mercado brasileiro. Por isso, possuem uma liquidez muito maior do que as opções de venda.
Ao adquirir uma opção de compra de uma ação, você se torna o titular da opção, e ganha o direito de adquirir determinado ativo até uma data específica.
Agora, vamos analisar a call pelo viés de quem compra e de quem vende.
Compra de call
Quem compra a call ganha o direito de comprar uma ação pelo preço determinado anteriormente, dentro de um prazo específico. Quando esse prazo se encerrar, o investidor pode escolher exercer esse direito, caso a ação esteja sendo negociada acima do preço definido anteriormente, ou simplesmente abrir mão da opção.
Por isso, a compra de call tem prejuízo limitado pelo valor pago no prêmio, enquanto os ganhos podem ser exponenciais. Para exemplificar, imagine que você comprou, por R$ 1,00, a opção de comprar ações de uma empresa, que hoje é negociada a R$ 20, por R$ 22.
Você imagina que a ação vai se valorizar com o tempo, por isso aceita o prêmio de R$ 1,00.
Passado o tempo indicado, que pode ser de alguns meses, a ação bate nos R$ 40. Agora, você exercer o direito de comprar uma ação que custa R$ 40 por apenas R$ 22. Assim, o custo da operação será de R$ 23, somando o prêmio de R$ 1,00.
Se você gastou R$ 23 para comprar uma ação negociada a mercado por R$ 40, o lucro foi de 73,9%. Incrível, né?
Agora, se a ação não ultrapassou o valor de R$ 22,00, você simplesmente abre mão do direito. Assim, o prejuízo será apenas de R$ 1,00, valor pago no prêmio.
Esta é a análise pelo viés do comprador (titular. Agora vamos entender o lado do vendedor da call (lançador).
Venda de call
Quem vende uma call (lançador) fica obrigado a vender a ação pelo preço determinado, caso o comprador (titular) exerça o direito de compra. Em troca, o lançador recebe o valor do prêmio pago pelo titular.
Ao fim da operação, o lançador vai lucrar o valor do prêmio caso o direito de compra não seja exercido pelo titular. Mas pode perder muito mais se a ação ultrapassar o valor definido e o direito for exercido.
No nosso exemplo anterior, o lançador vai lucrar o valor de R$ 1,00 caso a ação não ultrapasse R$ 22, porque o titular não vai exercer o poder de compra. Mas o prejuízo tem potencial ilimitado, porque, se a ação subir muito acima de R$ 22, ele continuará obrigado a vender por R$ 22.
Portanto, ficamos assim:
- Titular da call: prejuízo limitado ao prêmio; possibilidade de lucros infinitos
- Vendedor da call: lucro limitado ao prêmio; possibilidade de prejuízos infinitos.
Opção de venda de ação
Já a opção de venda de uma ação, conhecida como put, significa que o titular assume o direito de vender uma determinada ação por um preço definido no futuro.
Essa estratégia costuma ser utilizada por quem acredita que, no futuro, o ativo pode valer menos do que ele está sendo negociado atualmente.
É por isso que a opção de venda é utilizada na proteção da carteira.
Ao comprar algumas opções de venda, você ganha o direito de vender suas ações pelo preço atual, mesmo que, no futuro, elas enfrentem uma queda no preço. Portanto, parte da sua carteira estará protegida.
Mas isso, é claro, possui um custo: o prêmio.
Compra de put
Quem faz a compra da opção de venda (put) é chamado de titular. Ele ganha o direito de vender a ação no futuro pelo preço definido anteriormente. Por isso, ele lucrará caso a ação se desvalorize.
Se você já ouviu falando que lucrou com a queda de um ativo, saiba que essa é uma das principais estratégias. A mesma lógica funciona para a proteção da carteira. Se uma ação despenca e você possui puts, parte do prejuízo do seu portfólio é atenuado.
Nesse caso, o lucro do comprador tem potencial ilimitado, enquanto o prejuízo fica limitado ao valor do prêmio.
Venda de put
O investidor que vende a put (lançador) fica obrigado a vender o ativo pelo preço determinado, caso o titular exerça esse direito ao fim do prazo. Ele vai lucrar o valor do prêmio pago pelo titular, caso a ação não caia o suficiente. Mas pode perder muito mais, se a ação despencar abaixo do valor acordado.
Portanto, a lógica das puts e das calls é a mesma: por parte do vendedor da opção, o lucro fica limitado ao valor do prêmio, enquanto o potencial de prejuízo é impossível de calcular.
Cuidado com opções de ações
Como você notou, as opções de ações permitem ganhos exponenciais para quem consegue prever o humor do mercado financeiro para determinado ativo.
Se você está convicto da queda de um ativo, pode comprar opções de venda, para lucrar mesmo na queda. Agora, se você tem convicção de que a ação vai se valorizar no futuro, pode comprar opções de compra, e lucrar muito mais.
Por isso, quando as ações são utilizadas dessa maneira, com risco controlado, para especulação ou proteção, elas podem ser consideradas alternativas interessantes para lucrar mais. Mas é preciso tomar muito cuidado ao vender opções de compra ou de venda, porque você assume um risco que talvez não possa correr.
Assim, a recomendação para quem está começando a aprender sobre as opções de ações é buscar o máximo de informações possível antes de investir. Apenas o estudo, o conhecimento e a experiência vão garantir que você tome as melhores decisões no médio e no longo prazo.
Além disso, evite a alavancagem neste momento, e tenha certeza de tudo que está fazendo antes de investir. Assim, você consegue operar opções com risco controlado.
E aí, gostou do artigo? Então assine a newsletter da Capital Research e receba informações como essa na sua caixa de entrada.
Recomendados
Investimentos
Você conhece as opções de compra e venda do mercado financeiro?
Saiba o que são, como funcionam e quais os riscos de investimento em operar com ...
5 anos atrás
Investimentos
Mercado de opções: O que são opções? Quais os riscos e como investir?
Entenda o que é mercado de opções, como funciona, suas principais características ...
5 anos atrás
Investimentos
Conheça os cursos da B3 e outras opções gratuitas na internet
Confira ainda os cursos presenciais que a B3 oferece em parceria com outras ...
5 anos atrás
{{ title }}
{{ description }}
{{ title }}
{{ description }}