Monopsônio: entenda o que é e alguns exemplos

O monopsônio acontece quando há apenas um comprador no mercado para diversos vendedores de um produto ou serviço. Veja exemplos

Certamente, você já ouviu falar em monopólio, não é mesmo? E monopsônio, sabe o que significa? O termo, apesar de não fazer parte do vocabulário popular do brasileiro, é de fácil compreensão. Afinal, ele reflete uma estrutura de mercado justamente oposta ao monopolismo.

Deu para ter uma vaga ideia do que se trata o monopsônio? Se as dúvidas permanecem, não se preocupe. Estamos apenas começando essa jornada de aprendizado sobre o tema. Siga acompanhando o artigo!

O que é monopsônio?

Monopsônio é uma estrutura de mercado na qual há apenas um comprador para os diversos vendedores de determinado bem ou serviço.  Assim, a demanda se concentra em uma única pessoa jurídica, fazendo com que os diversos ofertantes sejam reféns de suas condições.

Existe um estudo de mercado, em marketing, que pode nos ajudar a compreender os monopsônios. A teoria batizada de 5 Forças de Porter avalia que existem cinco elementos cruciais para os negócios.

São eles:

  1. Ameaça de entrada de novos concorrentes;
  2. Ameaça de produtos substitutos;
  3. Rivalidade entre os concorrentes;
  4. Poder de negociação dos fornecedores;
  5. Poder de negociação dos clientes.

Todos impactam diretamente a competitividade das empresas. Logo, quanto menor for o potencial das cinco forças sobre a companhia, melhores são as suas chances de atuar naquele negócio.

Da mesma forma, quanto maiores forem as ameaças, rivalidades e poder dos demais elementos, maior é a competitividade do mercado. Nesse contexto, quando há somente um comprador para os produtos ou serviços de várias empresas, sobe o nível de competitividade entre elas.

Além disso, o poder de negociação do demandante é absoluto. Nesse mercado de monopsônio – ou seja, em que há somente um comprador -, as empresas ofertantes tendem a ter alta competição entre si e praticar preços não atrativos.

 

Monopsônio x monopólio

Para facilitar a compreensão, vale a pena a gente fazer comparação entre o monopólio e o monopsônio. Como vimos, ambos tratam sobre estruturas de mercado. Porém, os conceitos estão em lados opostos.

O monopólio é composto por uma única empresa que fornece bens e serviços a uma variedade de compradores. Como existe somente aquela companhia que faz a oferta, os clientes ficam sob o poder do monopolista.

Dessa maneira, aqueles que demandam são expostos a preços e qualidade determinada pelo ofertante do monopólio. Geralmente, os valores são altos, ainda que a entrega deixe a desejar.

Já o conceito criado pela economista britânica Joan Robinson – monopsônio -, prevê que apenas um cliente absorva toda a oferta de vários produtores. Nesse jogo, é o comprador que “coloca as cartas na mesa”, conseguindo negociar a seu favor.

O monopsonista, assim, tende a ser rigoroso com os preços ofertados, além de fazer diversas exigências quanto a prazos de pagamento e entrega. Afinal, ele sabe que se uma das empresas não atender a suas demandas, outras tantas podem fazê-lo.

Principais características de um monopsônio

O mercado monopsônio pode ter os seguintes elementos:

  • Comprador único: é ele que definirá as “regras do mercado”;
  • Monopsonista tem forte poder sobre o preço: havendo um único comprador, o preço é fortemente influenciado em seu benefício;
  • Barreiras à entrada: novos entrantes têm grandes dificuldades para ingressar no mercado;
  • Produto único: no geral, o mercado monopsonista tende a ter um único produto ou um grupo pequeno de itens;
  • Condições especiais: as circunstâncias que formam um monopsônio são especiais e, às vezes, até excepcionais. Assim, todo o mercado é caracterizado por condições que diferem da tradicional oferta e demanda.

Exemplos de monopsônio

A prática real de monopsônio não é muito comum. Na realidade, é mais habitual ocorrerem oligopsônios – ou seja, alguns poucos que compram de vários.

É mais frequente, também, a prática do monopsônio em “compra” de mão de obra. Assim, alguns profissionais se especializam e conseguem emprego somente em uma empresa específica, ficando, dessa forma, sob as condições de trabalho ofertadas.

Trabalhadores de setores de tecnologia, ciência e bancários, por exemplo, podem se ver restritos a trabalhar em somente uma organização da área, devido a seu grau de especialização.

Mas para não deixar você sem resposta, podemos pinçar exemplos práticos de empresas que detém o monopsônio de determinados setores.

Confira!

 

Petrobras e o Gás Natural

No Brasil, somente a Petrobras tem o direito de comprar o gás natural transportado pelo gasoduto Bolívia-Brasil. Além disso, a empresa também é única compradora de eventuais importações, já que só ela pode fazer a revenda do gás em território brasileiro.

 

Obras Públicas

No caso de obras públicas, também pode haver monopsônio.

Algumas construtoras, empreiteiras e outras empresas especialistas em grandes obras podem ter como único cliente o governo. Nesse sentido, os fornecedores devem se adequar às normas, exigências e preço que os órgãos estatais requerem.

 

Armamento

Outro mercado que pode ser fortemente marcado pelo monopsônio é o de armas. De acordo com a legislação de cada país, os produtores bélicos podem ter que se contentar com apenas um comprador: as forças armadas.

Assim, a compra dos produtos fabricados pelos players de mercado é restrita e comandada pela centralização do Exército, polícias e demais instituições.

Você conhece algum outro exemplo de monopsônio? Comente sobre ele.

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Obrigado pela leitura!

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