IOF no Tesouro Direto e detalhes da tributação nos títulos

O IOF no Tesouro Direto é um dos impostos que incidem sobre o rendimento dos títulos públicos. Confira os detalhes.

A cobrança de IOF no Tesouro Direto segue as mesmas regras de outros investimentos: tributação regressiva para aplicações de até 30 dias. Se você pretende vender seu título antes desse prazo, é melhor conferir as alíquotas cobradas antes de fazer o resgate. 

E ainda tem o Imposto de Renda, a taxa de custódia da B3 e a taxa de administração para considerar no seu investimento. Mas existem maneiras de aliviar esses custos e se livrar do IOF no Tesouro Direto, como veremos nos próximos tópicos.

Leia até o fim e entenda a tributação dos títulos públicos

Tem IOF no Tesouro Direto?

Sim, o IOF é cobrado sobre os rendimentos do Tesouro Direto, mas somente quando a aplicação é resgatada em menos de 30 dias. Essa é a regra geral do Imposto sobre Operações Financeiras, que incide sobre qualquer operação de crédito, câmbio, seguros, empréstimos e resgate de investimentos em um período inferior a 30 dias. 

Caso você venda o título do Tesouro antes da aplicação completar 30 dias, será cobrado a partir de uma tabela de alíquotas regressivas do IOF. No caso, a cobrança se inicia em 96% dos rendimentos, para um dia de aplicação, e vai diminuindo até chegar a 0% no 30º dia. 

Tabela do IOF no Tesouro Direto

Para saber quanto você pagaria de IOF no Tesouro Direto, caso resgatasse o título antes de completar um mês, é só conferir a tabela do IOF:

 

Número de dias

IOF (%)

Número de dias 

IOF (%)

1

96%

16

46%

2

93%

17

43%

3

90%

18

40%

4

86%

19

36%

5

83%

20

33%

6

80%

21

30%

7

76%

22

26%

8

73%

23

23%

9

70%

24

20%

10

66%

25

16%

11

63%

26

13%

12

60%

27

10%

13

56%

28

6%

14

53%

29

3%

15

50%

30

0%

Por exemplo, se você aplicar R$ 10 mil em um título do Tesouro Selic e decidir resgatar a aplicação no 25º dia, com um rendimento de R$ 30,00, a cobrança será de 16% — ou seja, R$ 4,80 de IOF sobre seus rendimentos. Depois da incidência do IOF, ainda será descontada a alíquota correspondente do Imposto de Renda e a taxa da B3 para chegar ao valor final resgatado, como veremos adiante.

Além do IOF no Tesouro Direto

Assim como o IOF, o Imposto de Renda no Tesouro Direto também incide sobre os rendimentos obtidos de forma regressiva. Ou seja: quanto maior o tempo da aplicação, menor será o valor cobrado da Receita Federal no momento do resgate. 

Para saber qual será o valor do IR sobre os rendimentos dos títulos do Tesouro Direto, basta utilizar como referência a tabela regressiva para aplicações financeiras não previdenciárias da RFB:

Prazo  

Alíquota de IR 

Até 180 dias

22,5%

De 181 a 360 dias

20%

De 361 a 720 dias

17,5%

Acima de 720 dias 

15%

 

Lembrando que o IOF no Tesouro Direto é cobrado antes do Imposto de Renda, calculado sobre o rendimento total da aplicação após o desconto das eventuais taxas de administração. Então, o IR é aplicado sobre a rentabilidade restante. 

Taxas no Tesouro Direto

Além do IOF e do Imposto de Renda, o Tesouro Direto possui duas taxas cobradas pelo investimento: a taxa de administração da instituição financeira e a taxa de custódia da B3 (Bolsa Brasil Balcão). A primeira é cobrada anualmente pelas corretoras para custear suas atividades, mas muitas instituições têm oferecido taxa zero para aplicações em títulos públicos, já que é uma cobrança opcional. 

Já a taxa da B3 é obrigatória para todos os títulos emitidos pelo Tesouro Direto e corresponde a 0,25% ao ano sobre o valor das aplicações. Ela cobre os custos da B3 para guardar, proteger e movimentar os papéis comprados, sendo cobrada anualmente (metade em janeiro e metade em julho) ou nas ocasiões do resgate, vencimento do título e pagamento de juros semestrais. 

Em resumo, estes são os custos que você deve considerar ao investir no Tesouro Direto: o valor do IOF para aplicações até 30 dias, a alíquota do Imposto de Renda, a taxa de custódia da B3 e a taxa de administração do banco ou corretora (se houver). Como você pode notar, a situação fica mais vantajosa conforme aumenta o tempo de aplicação — por isso vale mais a pena investir em títulos públicos em médio e longo prazo, pensando nos impostos e taxas.

Ao consultar a posição dos seus investimentos no site do Tesouro Direto ou sistema da corretora, você terá um painel geral com rentabilidade acumulada, IR previsto, IOF sobre o rendimento, taxa da B3, taxa da instituição e valor líquido final do título. 

Entendeu como funciona o IOF no Tesouro Direto? Continue acompanhando os conteúdos da Capital Research para conhecer outros impostos e tomar melhores decisões de investimentos.

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