Coronavírus: como isso afeta os mercados

Saiba como a epidemia do coronavírus está se espalhando e impactos que ela tem em diversos mercados e setores.

O novo coronavírus vem despertando a preocupação não apenas de médicos e dos profissionais da saúde, mas também do mercado financeiro mundo afora. Os números de casos têm aumentado diariamente. Até o momento, 77 países já reportaram casos da doença.

A epidemia iniciou na China, que é também o país com o maior número de casos. Além disso, é também uma das maiores economias do mundo e um grande fornecedor de componentes eletrônicos e peças para empresas em diversos países. 

Com o aumento do número de casos de coronavírus, uma série de medidas foram adotadas pelo governo chinês, resultando na diminuição da produção do país e afetando o mercado global.

Para você entender melhor a relação entre o coronavírus e como afeta o mercado financeiro no mundo inteiro, preparamos o artigo a seguir. Confira. 

O que é o coronavírus?

O novo coronavírus, cujo nome oficial é COVID-2019, faz parte da família Coronavírus, que inclui também outros vírus conhecidos e responsáveis por surtos anteriores.

Podemos citar o SARS-Cov, que causou a Síndrome Respiratória Severa Aguda, e o MERS-Cov, da Síndrome Respiratória do Oriente Médio.

No final de 2019, as autoridades chinesas notificaram alguns casos de pneumonia atípica que estavam ocorrendo na cidade de Wuhan.

Esses primeiros casos ocorreram em pessoas que estavam ligadas ao mercado de peixe local. Isso levou as autoridades a acreditarem que a doença pudesse estar relacionada a animais marinhos. 

Apesar de terem certeza de que esse vírus é originário de algum animal e foi transmitido para os serem humanos, os pesquisadores ainda não sabem com certeza qual é a sua origem.

Existem duas linhas diferentes, uma delas que acredita que o vírus é originário de cobra, enquanto que outros acreditam que ele tenha vindo dos morcegos.

Entre os países mais afetados estão a China (com mais de 82 mil casos), a Coreia do Sul (com mais de 4 mil casos), a Itália e o Irã (com cerca de 3 mil casos cada um).

Entretanto, todos os continentes já registraram casos da doença. No Brasil, até o momento, 4 casos foram confirmados. 

A principal causa pelo aumento do número de casos se deve principalmente pelos chamados “casos importados”. Isso significa que a pessoa viajou para um dos países com grande quantidade de ocorrências e voltou ao país de origem infectada.

Como a doença demora para apresentar sintomas, nem sempre ela é detectada quando a pessoa desembarca do avião. Além disso, nos locais mais afetados, a transmissão local também ocorre.

Por que e como o coronavírus afeta os mercados?

A China é a segunda maior economia do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. Além disso, a China é umas principais fornecedoras de componentes eletrônicos para empresas distribuídas pelo mundo todo.

Diante disso, quando os casos de coronavírus começaram a se espalhar pelo país, o governo tomou uma série de medidas para contê-lo. Por exemplo, o feriado do ano novo chinês foi estendido e algumas cidades foram isoladas, como foi o caso de Wuhan.

Com isso, as pessoas também começaram a ficar com medo de contraírem a doença e passaram a não sair de casa. O resultado foi que o consumo diminuiu e a produção de bens também caiu. 

Como a produção chinesa abastece grande parte do mercado mundial, com a queda na produção lá, houve também queda na produção nos demais países. Algumas empresas, inclusive no Brasil, já registraram quedas na produção e no faturamento.

Como o coronavírus afeta a Bolsa de Valores

Diante do cenário acima, muitos investidores que estavam apostando em novos mercados e tentando aumentar as suas chances de ganhos com investimentos mais arriscados moveram o seu capital para ativos mais seguros e com menor volatilidade.

Isso fez com que as bolsas de valores pelo mundo todo seguissem uma tendência de queda. A queda mais expressiva se deu justamente nos dias que antecederam e durante os dias de carnaval. No mundo inteiro, as bolsas estavam operando em baixa.

Então, quando o mercado brasileiro abriu novamente, na quarta-feira depois do feriado, houve um ajuste com o mercado internacional. O resultado disso foi a queda mais expressiva da bolsa de valores, de 7%.

Queda do PIB e coronavírus

O surto de coronavírus também afetou o mercado de outra maneira: a diminuição do PIB chinês. De acordo com diversos analistas do setor financeiro, caso a situação na China não melhore, o cenário mais otimista prevê um crescimento do PIB de cerca de 5,3%.

Essa redução de crescimento provocará um efeito dominó, resultando na queda do PIB de diversos outros países, inclusive o Brasil.

Turismo e aviação são diretamente afetados

Outros dois setores que também foram diretamente afetados pelo surto do novo vírus foi o de turismo e aviação. Primeiro porque companhias aéreas começaram a cancelar voos para os países mais afetados, entre elas estão: Latam, Ryanair, American Airlines, Delta Air Lines, entre outras. E segundo porque as pessoas começaram a cancelar as suas viagens com medo de contraírem o vírus.

A escassez de eletroeletrônicos e peças

Como dissemos anteriormente, a China é o principal fornecedor de componentes eletrônicos para o mundo inteiro. E a escassez de peças já vêm afetando seriamente o mercado brasileiro.

A empresa Multilaser, por exemplo, importa diversas peças da China. Com a redução na produção chinesa, a empresa já vem projetando uma queda de 17% no abastecimento. E essa projeção poderá ser ainda pior caso a situação no país asiático não melhore.

Outras empresas vêm optando por manter a produção, mas em ritmo mais lento, ou mesmo dando férias coletivas para os funcionários, como é o caso da Flextronics, que produz celulares Motorola.

O modo como o coronavírus afetou os mercados mundiais mostra o quanto toda a economia global está interligada.

Por mais que alguns analistas façam previsões de que a situação deve melhorar em breve, é impossível prever o futuro e saber exatamente quando os mercados financeiros irão se recuperar.

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