Crédito privado: o que é, títulos e cuidados para investir

O crédito privado é uma opção de investimento que oferece rentabilidade maior do que os títulos públicos. Conheça os títulos e os cuidados para investir.

O crédito privado é uma opção de investimento em renda fixa na qual você financia empresas. Em troca de um risco maior, ele costuma oferecer uma rentabilidade superior à dos títulos públicos.

Mas você deve ficar bem atento antes de aplicar recursos nesse tipo de título, já que não conta com a proteção do FGC, o Fundo Garantidor de Créditos.

Neste artigo, você vai entender como funciona esse tipo de investimento, quais são os principais títulos de crédito privado, para quem ele é indicado e quais cuidados tomar.

O que é crédito privado

O crédito privado é um investimento em renda fixa no qual o investidor compra títulos emitidos por empresas e instituições privadas.

Quando uma empresa precisa de dinheiro, ela pode escolher entre diversas formas de financiamento. Uma delas é emitir títulos de crédito privado.

Nesse caso, quem compra um título, na prática, está emprestando dinheiro para essa empresa, e aceita os juros estipulados pela instituição emissora.

Há rendimentos prefixados, quando você já sabe quanto a aplicação vai render, e também pós-fixados, quando a rentabilidade fica atrelada a algum indicador.

Por não ter garantia do FGC, o crédito privado é uma modalidade de investimento mais arriscada do que a renda fixa tradicional, como os títulos públicos, emitidos pelo Tesouro Nacional.

Isso porque o único risco de não receber o pagamento dos títulos do Tesouro é na hipótese de o governo falir, possibilidade muito mais remota do que a falência ou insolvência de uma empresa privada.

Há basicamente três tipos de títulos de crédito privado, como veremos a seguir: debêntures, CRI/CRA e FIDC

Não confunda, porém, essas aplicações com títulos privados, da renda fixa tradicional, como LCI/LCA e CDBs

Para investir em títulos de crédito privado, basta abrir uma conta em uma instituição financeira e escolher uma aplicação na aba de renda fixa.

Títulos de crédito privado

Há basicamente três tipos de títulos de crédito privado:

Debêntures

As debêntures são títulos de dívida emitidos por empresas privadas. 

Aqui, você efetivamente está emprestando dinheiro à empresa que emitiu o papel, para que ela financie seus projetos.

As debêntures comuns têm cobrança de Imposto de Renda, mas as debêntures incentivadas, que envolvem projetos de infraestrutura, isentam as pessoas físicas do Imposto de Renda. 

CRI e CRA

CRI é a sigla para Certificados de Recebíveis Imobiliários, e CRA é a sigla para Certificados de Recebíveis do Agronegócio. Ambos são títulos de crédito privado que oferecem promessa de pagamento futuro.

Há duas opções: você pode receber o pagamento periodicamente, ou na data de vencimento do papel. 

CRI e CRA só podem ser emitidos por empresas securitizadoras, e funcionam como uma alternativa para empresas em geral financiarem projetos no setor imobiliário e no agronegócio.

As duas aplicações são isentas do Imposto de Renda para pessoa física.

FIDC

Já o FICS é a Sigla para Fundo de Investimento em Direitos Creditórios.

Trata-se de um tipo de fundo que oferece rentabilidade por meio de valores que as empresas têm a receber, como cheques, duplicatas ou outras formas de pagamento.

Aqui, o IR funciona por meio da tabela regressiva para investimentos de renda fixa.

Cuidados com crédito privado

Como qualquer tipo de investimento, o crédito privado requer alguns cuidados antes de investir:

Valor do investimento tende a ser alto

Ao contrário de outros títulos de renda fixa, que permitem um investimento inferior a R$ 100, os títulos de crédito privado tendem a exigir mais do investidor.

Quem define o valor mínimo da aplicação é a própria instituição emissora, por isso não existe uma regra que possa ser aplicada para todos os casos.

De qualquer forma, é difícil encontrar um título de crédito privado com aplicação inferior a R$ 1 mil.

Risco de inadimplência precisa ser calculado

Ao investir no crédito privado, cabe a você descobrir qual o risco de inadimplência da empresa ou instituição que emitiu os títulos.

Nesta hora, vale consultar o rating das empresas, as notas que órgãos especializados no controle de crédito dão a empresas privadas, com base no histórico de pagamento da empresa, para mostrar ao investidor os riscos de inadimplência.

Quanto mais alto o rating, menor o risco de inadimplência.

Não possui cobertura do FGC

Outro ponto de atenção ao investir em crédito privado está no fato de que essa aplicação não possui garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), como acontece com títulos da renda fixa tradicional.

As únicas garantias são feitas pelas próprias instituições emissoras, e é preciso se informar a respeito antes de tomar qualquer decisão. 

Risco mais elevado do que a renda fixa tradicional

Os títulos de crédito privado oferecem um risco superior à renda fixa tradicional, tanto por parte dos títulos públicos, como os papéis do Tesouro Direto, como por parte dos títulos privados, como CDBs, LCIs e LCAs.

Por isso, você precisa calcular os riscos com cuidado antes de investir. Como qualquer tipo de aplicação, a dica é diversificar os seus investimentos, para nunca apostar todas as fichas no mesmo tipo de investimento.

Com uma carteira diversificada, você consegue diluir o risco e encontrar a melhor relação entre risco e retorno, dentro do seu perfil de investimento.

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